domingo, 8 de março de 2009

[O Hedgehog]

Hoje o Jack fez um amigo.

Cheguei do trabalho, depois de servir duas mesas (quatro pessoas). Sim, você leu direito. QUATRO pessoas. Meu trabalho é muito difícil e árduo e cansativo, como podem notar. E ainda assim meus patrões conseguem ficar estressados de vez em quando.

Aí cheguei em casa, com o uniformezinho amarelo dois números maior que o meu que sou obrigada a usar lá. Tenho a impressão de que a Jo (patroa) escolheu essa cor para ninguém ficar mais bonita do que ela (o uniforme dela é rosa-choque).

Estacionei o carro, abri a porta e dei de cara com um Ju todo feliz, me chamando "Vem cá ver, o Jack arranjou um amigo!". Vou para os fundos de casa, me enfio meio que no meio do mato que separa a nossa casa da casa do vizinho (que, por acaso, é nosso senhorio e chama Todd qualquer coisa - em linguagem para todo mundo entender, o dono da nossa casa) e, ajustando os olhos para enxergar no escuro, me deparo com algo muito parecido com isso:


Sim. Um hedgehog. Na linguagem tupiniquim, um porco-espinho.

Diferente dos porcos-espinhos do Brasil, estes não soltam os espinhos na boca do predador. Os espinhos são simplesmente uma carapaça que os protege contra ataques.

Como os do Jack.
Jack Geraldo estava lá, mais feliz do que criança passando aniversário na Disney, correndo, pulando e atacando o pobre bichinho. E o bichinho? Fazia nada, só ficava lá paradão na dele, fuçando as folhas do chão.

Até pensamos em tirar foto, mas o ditocujo estava num local terrivelmente desprovido de luz, o que nos obrigaria a usar flash, o que estressaria ainda mais o coitadinho.

Então fizemos o que qualquer pessoa faria vendo uma criatura tão fofa com essa cara de "me afague". O afagamos.
A sensação é muito parecida, praticamente igual, com a de afagar um cacto. Com a diferença de que ele não tem aqueles espinhos minúsculos que parecem farpas de madeira presas no seu dedo.
Tentamos fazer o simpático hedgehog (sim, eles são super simpáticos e amigáveis. Tem um na casa da Mãe que de vez em quando aparece na janela e fica fuçando o que a gente tá fazendo lá dentro) usar a técnica de defesa dos hedgehogs: virar uma bolinha.
Mas o fato é que o novo amigo do Jack não estava lá muito a fim de satisfazer as nossas vontades (e devia estar querendo matar aquele gato adolescente pulando nas suas costas), então continuou lá, paradão na dele, fuçando as folhas no chão.

Finalmente resolvemos pegar o tal gato adolescente e levá-lo para dentro de casa, para deixar o pobre hedgehog seguir seu caminho.
O Jack ficou feito louco tentando sair através das janelas para ir brincar com o novo amigo, mas depois de algumas tentativas frustradas desistiu e foi mamar orelhas.

A parte triste dos hedgehogs é que eles são em quantidade tão grande nesta época do ano que vivem sendo atropelados nas estradas.
Aqui dificilmente vemos cachorros e gatos atropelados (até porque não existe cachorro de rua), mas as épocas do ano variam entre possuns, hedgehogs e coelhos atropelados, vez ou outra alternando alguns corvos (seriam mesmo corvos aqueles pássaros corintianos?) e pardais.

Mas agora estou torcendo para o novo amigo do Jack ter gostado tanto do nosso quintal que vai trazer a família toda para morar aqui, e assim poderemos ver estas coisinhas fofas (não no sentido literal da palavra) passeando ao redor da casa e fazendo do Jack um gato mais feliz.

Um comentário:

Anônimo disse...

A gente pode trazer o seu hedghog pra conhecer o meu!!!

Mas pensando bem, ele não dá as caras faz tempo...hum...

Mas a Meg e o Jack iam adorar!! tadinho do hedghog...