quarta-feira, 11 de março de 2009

[Quem é Alfredo?]

Depois de seis meses rodando com o carro totalmente fora da lei, escapamento furado e sem velocímetro, chegou a hora (e a grana) de finalmente arrumá-lo.
Claro que a multa que o Ju levou na sexta com prazo de uma semana para arrumar tudo e mostrar para a polícia ou ter que pagar 400 dólares e ainda correr o risco de levar mais multas ajudou deu um empurrão para finalmente deixarmos o Alfredo em ordem.


Alfredo posando para a foto com Érica e Juliano

Alfredo, queridos amigos tupiniquins, é o nosso fiel companheiro desde que cheguei aqui.
Um Mitsubishi Lancer 1990 branquinho super simpático que nos custou 700 dólares e que quase nunca nos deixou na mão.
Ele foi batizado logo nas primeiras horas da Road Trip de setembro, quando já estava sem velocímetro, WoF e Registration.

Aqui nas terras Kiwis a papelada necessária para se ter um carro é bem menos... digamos... burocrática.
Qualquer pessoa pode entrar em uma agência do correio, pegar o devido papel, preenchê-lo com seus dados e os dados do carro e pagar a taxa de NZ$9,90 e pronto: o carro é legalmente seu. Assim mesmo, sem necessidade da presença do antigo dono, sua assinatura ou mesmo seu nome.
Para se ter noção, foi meu cunhado que passou o carro para o meu nome. Nem o dono antigo nem eu e o Ju estávamos presentes no momento.
Ai, se essa moda pega no Brasil...

E para se manter um carro a vida também é um bocado mais fácil do que no Brasil. Além da gasolina ser mais barata (agora anda em torno de NZ$1,65 o litro), as únicas taxas que você precisa pagar são a da Registration, que custa 50 dólares para cada 3 meses, e o WoF (Warrant of Fitness, ou Garantia de Funcionamento).
O WoF é mais barato do que a Registration, 45 dólares a cada 6 meses. Como o próprio nome diz, para tirar o WoF é preciso passar pelas mãos de um mecânico, que vai checar se tudo está funcionando como deveria e só então dar (ou não) a Garantia.

No nosso caso foi o que nos fez enrolar tanto para regularizar a situação. Quando levei a primeira vez para fazer o WoF, o orçamento do mecânico para consertar tudo ficava em 415 dólares. Como nunca tínhamos esta grana, acabamos enrolando, enrolando, enrolando...
Mas sempre chega a hora em que temos que colocar tudo em ordem. Ontem, então, levamos em outro mecânico para consertar o escapamento e ajustar o freio de mão. Hoje, para já resolver tudo de uma vez e colocar um fim no frio na barriga que a gente sempre tinha quando passava um carro da polícia por perto, levamos o Alfredo em Ashburton para trocar o cabo do velocímetro.

O mecânico levou um bom tempo para conseguir desparafusar todo o painel do carro (por que as montadoras não pensam nos pobres mecânicos e nos proprietários, que pagam aos mecânicos por hora de serviço?), cortou a mão e teve que "roubar" o cabo de outro Mitsubishi que estava no ferro-velho, mas finalmente conseguiu arrumar.
De lá seguimos para fazer o WoF, pagamos a Registration e pronto. Problema resolvido. E tudo saiu cerca de 350 dólares. Ou seja, o primeiro mecânico a que eu levei tentou me roubar na cara dura.

O engraçado é que, sem o barulho de escapamento furado, o carro parece outro. Vou demorar para me acostumar a dirigir sem aquela corneta rouca tocando na minha cabeça.
Outra coisa engraçada foi descobrirmos que durante todo este tempo sem velocímetro nós sempre andamos a pelo menos 110km/h quando a velocidade máxima aqui é 100.

Daqui pra frente, quase tudo vai ser diferente...

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