quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

[... Feliz Ano Novo!]

Como qualquer pessoa que assista o Jornal Hoje no dia 31 de dezembro sabe, a Nova Zelândia é o primeiro país a ver o Ano Novo *. Ou seja, eu já estou em 2009 e vocês (ou pelo menos a maioria de vocês) ainda não.

E, como eu disse que seria, passei o Ano Novo trabalhando. Ou quase isso.
Digamos... Como eu fui obrigada a ficar sentada no meio de um monte de gente que eu não conhecia e que conversava sobre assuntos que eu não entendia e contava piadas das quais eu não via a menor graça, considero que isso tenha sido um trabalho. Porque trabalhar, mesmo, ao pé da letra, fizemos só até as 10 da noite.

Foi bom para conhecer histórias, pelo menos.
Como a da família de ingleses que está dando a volta ao mundo com as filhas pequenas.
Como a do professor de Comunicação que morou quatro anos no Brasil na década de 70.
Como a da esposa escocesa dele, professora de inglês pelo British Council, que viajou o mundo para dar aulas. Morou dois anos no Irã, além de falar alemão, francês, italiano e um pouco de espanhol.

A propósito, os últimos dois eram as únicas pessoas realmente interessantes naquele meio. E temos um jantar marcado na casa deles terça-feira que vem!

Diferenças com o Ano Novo no Brasil: ninguém se veste de branco, a contagem regressiva não teve a menor empolgação, ninguém estourou champanhe à meia-noite e os fogos... bom, melhor nem comentar sobre os fogos. Digo apenas que estalinhos de festa junina têm mais graça.

Mas valeu ver meu patrão bêbado de caipirinha (que o professor de Comunicação que morou no Brasil fez com a 51 que o Ju trouxe). E valeu também pelos Shortbreads deliciosos feitos pela Margareth (a escocesa professora de inglês). E também pelo drink de champanhe com uma flor misteriosa.

E o primeiro dia de 2009 é de muito sol.


*Update: de acordo com o Alexandre, que está estudando muito para passar na segunda fase da Fuvest, a Nova Zelândia não é o primeiro país do mundo a ver o Ano Novo, e sim umas ilhazinhas cujos nomes me esqueci e que ficam ali logo depois da Linha Internacional de Mudança de Data (ou qualquer que seja o nome da tal Linha). Corrigindo, então, a Nova Zelândia é o primeiro país decente a ver o Ano Novo.

[Adeus, Ano Velho...]

Ano novo, vida nova!
Clichezinho, hã?
É... Mas fato é que, querendo ou não, minha vida está mesmo nova. Embora isso não tenha nada a ver com o Ano Novo chegando.
Trabalhando pela primeira vez na vida. Ganhando meu próprio dinheirinho. Economizando para comprar um Nintendo Wii.
Ou seja: pela primeira vez em muito tempo, tenho uma meta e estou me virando para chegar lá. Sabem, isso é legal.

E a virada vamos passar trabalhando. Tudo bem, pelo menos estamos ganhando para isso.
Minha conta bancária está começando a sentir os efeitos dos dois trabalhos do Ju (caso não tenha comentado, ele está no McDonald's durante do dia e no restaurante do Lodge à noite) e das minhas duas funções no Lodge (camareira e garçonete).

E aí vem 2009. Não gosto do número 9. É uma implicância antiga, nunca gostei.
Meu aniversário de 9 anos foi aquele em que meu dente estava para cair mas eu, por algum motivo misterioso, não queria que ele caísse. Resultado: fiquei com a boca fechada a festa inteira, com medo que ele caísse.
1999 foi o pior ano da minha vida. Minhas melhores amigas começaram a achar que eram adultas demais para serem minhas amigas, já que eu era "criança", e acharam que seria legal me maltratar e me fazer virar alvo de piadas da sala inteira. Aí, para ajudar, a minha escola fechou e todo mundo mudou para o Anglo, onde tive os piores 3 meses da minha vida.
Setembro (mês 9) costuma ser um mês ruim para mim. Digo que meu inferno astral vem atrasado, um mês depois e não antes do meu aniversário.
Meus 19 anos foram... Tá, não tenho muito o que reclamar dos meus 19 anos.
Deu pra entender o padrão, né?
Por isso eu queria que 2008 durasse mais um pouco... Tenho medo de 2009.
Mas vou me manter otimista.

Enfim, um bom Ano Novo para todos (para mim também)!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

[Jingle Bell, Jingle Bell]

E mais um Natal vem chegando. E, com ele, o fim do ano. Tchau, 2008! Foi bom ter a sua companhia!

O fato é que nos últimos anos eu venho sentindo cada vez menos a chegada do fim do ano. Antes era sempre uma época de expectativa, ansiedade, curiosidade e um leve medo do que estava por vir. De uns cinco anos para cá, porém, vem se tornando cada vez mais "apenas mais um dia". Tanto é que se não fossem os enfeites de Natal enchendo todas as prateleiras da Warehouse, eu provavelmente teria me esquecido de comprar a pequena arvorezinha, os enfeites e o singelo presepinho para enfeitar nossa casa.

Para mim e para o Ju, como um casal, este Natal vai ser especial. Pela primeira vez, nos quase três anos em que estamos juntos, vamos passar um Natal juntos e sozinhos. Das outras vezes fomos para a casa da avó dele ou passamos separados porque ele já tinha vindo para cá e eu continuei no Brasil.
E vamos passar o Natal no lodge. Lodge, para quem não sabe, é "pousada". E, como nossos patrões vão viajar para a Ilha Norte (que, aqui para os Kiwis da Ilha Sul, é quase como outro país), nós fomos encarregados de tomar conta do lugar e do cachorro.
É. Do cachorro. Eles têm um alguma-coisa spaniel (parecido com um cocker, só que maior) chamado Jed, de 14 anos e meio e praticamente surdo. E nós vamos tomar conta dele!
Quanto ao Jack nós ainda não sabemos. Talvez o levemos para lá escondido, já que ele é um gato super educado que não faz necessidades fora da caixinha, mas ainda não decidimos.

Já que falei sobre o Jack (e já que eu não tenho mesmo nada mais para falar, então posso me estender por outros assuntos), a criaturinha acabou de aprender a subir no sofá e na cama. Fofo, ele fica se sentindo o máximo pulando para lá e para cá. Pentelho, tivemos que colocá-lo para fora do quarto esta noite, já que ele não parava de subir na cama enquanto tentávamos dormir.
E hoje também ele descobriu a parte embaixo da casa. É, embaixo. Como posso explicar?
A casa é um tanto elevada em relação ao chão. Ou seja, se você for um gato, pode se enfiar embaixo da casa e ficar horas brincando com as teias de aranha que provavelmente há por lá.
E ele se cansou tanto nesta brincadeira que agora está todo largado dormindo no meu colo.

Ontem fomos para Christchurch (como já devo ter explicado, é a "cidade grande" mais próxima daqui). Após muita procura, consegui comprar um tênis novo! E tive que procurar muito, porque a kiwizada tem um gosto terrível tanto para roupas quanto para sapatos, então encontrar um tênis feminino preto com detalhes em rosa foi uma tarefa difícil. O milagre foi que resolveram cuspir uma loja muito parecida com a Centauro dentro do shopping, onde eu enfim pude encontrar o meu.
E eu estava precisando, o meu antigo já estava quase virando uma Havaiana com tantos furos que tinha.

No passeio, também fomos ao cinema e assistimos Madagascar 2 - Escape to Africa. Muito bom mesmo, recomendo para quem quiser ir ver. Acho até que gostei mais do que do primeiro, porque tem mais enredo.
E fiquei feliz por conseguir entender cerca de 97% do que eles falaram. Poucas coisas fugiram do meu entendimento, a maioria ditas pelo sotaque terrível do Borat Sacha Baron Cohen como King Julian.

A melhor parte foi sair do cinema às 9:30 da noite e ainda poder curtir o pôr-do-sol.

Certo... Já me estendi demais por outros assuntos.

Que venha o Natal!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

[Leves Mudanças de Planos]

Semana cheia. Cheia de trabalho, graças a Deus. Com alguns problemas também, mas quanto a isso sempre dá-se um jeito.

Ju vai trabalhar no McDonald's. Já está para começar lá há duas semanas, mas não podia por causa do visto, que só o permitia trabalhar na Riverland Dairies (a fazenda em que ele trabalhava antes).
Então ele juntou a papelada, pegou o dinheiro do visto e foi para aplicar um novo visto que o permitisse trabalhar no McDonald's. Chega na Imigração, espera algumas horas na fila, paga o valor do visto e a canadense da Imigração diz que sente muito, mas não pode aplicar o visto pelo McDonald's. E que, como o Ju não está mais trabalhando na fazenda, vai ter que cancelar o visto que ele tem.

Desespero por alguns momentos. Juliano discorre sobre sua história e os motivos de estar na Nova Zelândia. A canadense (Fredérique), com pena do pobre brasileiro, resolve contar para ele que o Brasil acaba de assinar um acordo com a Nova Zelândia chamado Work Holiday. Com este acordo, uma pessoa pode conseguir um visto de até um ano de trabalho em qualquer lugar da Nova Zelândia desde que prove possuir 4200 dólares na conta.

Ótimo. Então só faltam este 4200 dólares. Não. Faltam 8400, na verdade. Como o meu visto é um partner com o do Ju, assim que o dele fosse cancelado o meu também seria. Ou seja, eu também tenho que entrar nesse esquema de Work Holiday.

Telefonemas daqui, pedidos de ajuda dali, conseguimos completar os 4200 dólares para depositar na conta do Ju. Ótimo, e eu?
Brasileiro sempre dá um jeito, mesmo... Assim que os 4200 dólares são contabilizados na conta do Ju, ele pede um extrato, tira o dinheiro e a gente corre para o outro banco para depositar os mesmos 4200 na minha conta.

Vamos então correndo para a Imigração antes que todas as senhas de atendimento do dia sejam pegas. Vamos literalmente correndo, e uma série de acontecimentos faz com que meu recém-comprado MP4 de 4Gb caia no meio da rua bem na hora em que o semáforo está abrindo.
Nenhum carro passou exatamente por cima dele, mas o resultado é que o LCD não funciona e quando se dá play ele só fica apitando.
Tudo bem, mais um pedido para a lista de Natal, logo ao lado do Nintendo Wii.

No fim, após cerca de 4 horas esperando na sala da Imigração, a canadense (Fredérique) resolve nos atender. Muito simpática, ela logo conta que a irmã dela namora um chileno e os dois passaram um mês no Brasil, de onde a irmã trouxe 3 CDs de presente (Elis Regina, Kid Abelha e Marisa Monte). E, finalmente, imprime o visto e cola nos nossos passaportes.

Felicidade, felicidade! Agora temos permissão para trabalhar em qualquer lugar da Nova Zelândia, para qualquer empregador, sem dar satisfação para ninguém, até 12 de dezembro de 2009.
(Não que para mim isso tenha feito muita diferença, meu visto antigo já me permitia tudo isso até 11 de janeiro de 2010, mas não adiantaria muito ficar com ele se o do Ju ia ser cancelado)

Então é isso. Tenho agora pelo menos mais um ano aqui na Terra dos Kiwis.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

[Mandando Notícias do Lado de Cá]

Juliano voltou do Brasil. Já faz mais ou menos uns 20 dias, mas só agora conseguimos uma internet para usar (que ainda não é a nossa).

O trabalho vai bem. Quer dizer... Quando vai. Complicada esta vida de depender de movimento na pousada para trabalhar (e, conseqüentemente, receber). E complicou ainda mais porque o bendito do meu namorado decidiu que a pousada era um lugar legal para se procurar emprego. Resultado: Ele trabalha 5 noites por semana lá e eu... Bom, só Deus sabe.

Meu visto finalmente chegou! Aleluia, aleluia! Agora tenho permissão para trabalhar na Nova Zelândia até 11 de janeiro de 2010 em qualquer emprego que eu quiser!

E agora nossa família tem mais um integrante! Jack Geraldo, nosso lindo, coisinha fofa, malucão e tchutchuco gatinho!

Jack Geraldo, nosso menininho mais lindo!

Que, a propósito, passou o domingo inteiro brincando com a irmã dele (Meg, que meu cunhado adotou), e agora tá faz três dias dormindo o tempo todo para se recuperar do cansaço. Vida de gato é difícil.

E é como a Mãe disse... Na próxima vida, me deixem nascer gato!