sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

[Meu nome é Tash!]

Nós, os brasileiros em terras kiwis, costumamos ter um grave problema quando chegamos aqui: conseguir fazer com que pronunciem nossos nomes.
Como esta é uma tarefa praticamente impossível, cabe a nós, pobres brasileiros, arranjarmos apelidos para que eles não nos chamem de "Hey, you!" ou "brazilian guy".

E foi assim que o Juliano virou Julian, a Maria Fernanda virou Mary, a Janaína virou Jany, a Drika virou Adriana (pronunciado "Eidriena"), o Jairton (esse seria impossível) virou simplesmente Junior, o Rodrigo virou... Bom, esse continuou sendo Rodrigo, mas com os "erres" enrolados.

Mas o meu nome continuava sendo um problema. "Tatiana" eles até conseguem pronunciar, mas com dificuldade e sem o som de "ã" no "ana". Sem contar que, sem um apelido, ninguém conseguia decorar o nome que já não conseguiam mesmo pronunciar.
Até eu começar a trabalhar no Lodge.

Logo no primeiro dia, meus patrões se interessaram em saber como eu pronunciava o meu nome. Com muito esforço, eles conseguiam soltar um "Tatchiána". Butch, meu patrão, resolveu então me perguntar como meus amigos me chamavam. "Tati", eu disse, da forma como eu, você e qualquer outro brasileiro pronunciamos.
Tentando imitar o som, Butch me pergunta "Tash?". Tentei corrigir, pronunciando mais algumas vezes, mas não teve jeito.
E foi assim que eu me tornei Tash (às vezes pronunciado "Tásh", às vezes "Tésh"). No começo foi estranho, eu queria rir a cada vez que ouvia a tal da "Tash" sendo chamada na cozinha. Mas acabei me acostumando e, sabem de uma coisa?, passei a gostar.

Portanto, agora eu me chamo Tash!